As pistas das montanhas-russas de madeira são como estradas de ferro tradicionais. As rodas metálicas do trem rolam sobre um trilho de metal com largura entre 10 e 15 cm. Esses trilhos são presos a pistas de rolamento robustas, feitas de madeira laminada. Na maioria delas, os carros têm rodas com o mesmo perfil flangeado das rodas de um trem (a parte interior das rodas tem uma aba que evita que o carro descarrile). O carro possui outro conjunto de rodas (ou muitas vezes apenas uma barra de segurança) que corre por baixo da pista. Isto impede que os vagões voem pelo ar.
Os trilhos das montanhas-russas de madeira são unidos com dormentes de madeira e vigas diagonais de suporte. A estrutura inteira assenta-se numa intrincada treliça de vigas de madeira ou aço, exatamente como o vigamento que suporta uma casa ou um edifício. Usando estes elementos, os projetistas podem combinar colinas, voltas e curvas em uma infinita variedade de configurações de trajeto.
Eles podem até virar o trem de cabeça para baixo (embora isso seja raro em montanhas-russas de madeira). Já que a pista e a estrutura que a suporta são tão desajeitadas, a pista de madeira se torna bastante inflexível. Isto dificulta a construção de curvas e torções mais complexas. Nestas montanhas-russas, a emoção do movimento é basicamente para cima e para baixo.
O mundo das montanhas-russas mudou radicalmente com a introdução das pistas de aço tubular, nos anos 50. Como o nome sugere, as pistas de aço tubular consistem em um par de longos tubos de aço. Estes tubos são sustentados por uma superestrutura leve, mas robusta, feita de tubos ou vigas de aço ligeiramente maiores.
Imagem cedida pela Coaster Central
A Dragon Khan, uma montanha-russa de aço tubular no Universal Studios Port Adventure em Salou, na Espanha: os 1.200 m de pista possuem diversas voltas, giros e parafusos.
Nas montanhas-russas de aço tubular, as rodas dos trens são feitas geralmente de poliuretano ou nylon. Além das rodas tradicionais que estão diretamente sobre os trilhos de aço, os carros têm rodas que se movem pela parte de baixo do tubo e rodas também nas laterais. Esta configuração mantém o carro preso de forma segura aos trilhos, o que é absolutamente essencial quando ele percorre as curvas e giros da montanha-russa.
Os carros das montanhas-russas de aço tubular podem se apoiar sobre os trilhos, tal como em montanhas-russas tradicionais de madeira, ou podem estar conectados aos trilhos pela parte de cima do carro, como em teleféricos de esqui. Nos vagões suspensos, há uma junta pivotante por onde eles se penduram, acrescentando-lhes um movimento lateral. Nos vagões invertidos, o carro suspenso é preso rigidamente aos trilhos, proporcionando ao projetista um controle mais preciso no movimento dos carros.
Uma pista de aço tubular não é disposta em pequenas peças como na pista de madeira. Ela é pré-fabricada em segmentos grandes e curvos, como as vigas pré-fabricadas de um arranha-céu. Os processos de fabricação de aço permitem conceber uma pista que se curva suavemente e inclina o carro em todas as direções. Em uma pista de madeira, o passeio é marcado pelo chacoalhar do carro ao passar sobre as junções que conectam as peças de madeira. Já as peças de uma pista de aço tubular são perfeitamente soldadas, criando um passeio incrivelmente suave. Como qualquer aficcionado por montanhas-russas diria, cada uma delas tem seu próprio charme.
A corrente de elevaçãoComo dissemos anteriormente, o trem da montanha-russa não tem motor próprio: na maior parte do trajeto, ele é movido pela gravidade e pela quantidade de movimento (o produto da massa de um corpo pela sua velocidade de deslocamento). Para ter quantidade de movimento, é preciso que o trem seja levado até o topo da colina principal ou catapultado por uma grande força.
Imagem cedida pela Coaster Central A primeira colina da Pepsi Max Big One em Blackpool Pleasure Beach: o trem desce a primeira colina em um ângulo de 65º
O mecanismo de elevação tradicional consiste em uma longa corrente em forma de anel (ou várias) percorrendo a colina por baixo da pista. A corrente passa em torno de uma engrenagem no topo e outra na base da colina. A engrenagem na base da colina é acionada por um motor simples.
O motor faz girar a corrente para movê-la continuamente colina cima, como uma correia transportadora. O vagão prende-se à corrente através de vários ganchos de corrente, que são fortes ganchos articulados. Quando o trem chega à base da colina, os ganchos prendem-se aos elos da corrente. Uma vez que o gancho está preso, a corrente simplesmente puxa o trem até o topo. Ao chegar lá, a corrente é liberada e o trem inicia a sua descida.
Lançamento por catapulta
Em alguns projetos mais recentes, o trem é posto em movimento por uma catapulta. Há muitos tipos de catapulta, mas todas fazem basicamente a mesma coisa. Em vez de arrastar o trem morro acima para armazenar energia potencial, estes sistemas colocam o trem em movimento acumulando uma boa quantidade de energia cinética em um período curto de tempo.
Um sistema de catapulta popular é o motor de indução linear. Um motor de indução linear usa eletromagnetos para criar dois campos magnéticos (um sobre a pista e outro na parte de baixo do trem), que são atraídos um para o outro. O motor move o campo magnético sobre a pista, tracionando o trem a uma velocidade alta. As vantagens principais desse sistema são a velocidade, eficiência, durabilidade, precisão e controlabilidade.
Outro sistema popular usa dúzias de rodas que lançam o trem até a colina inicial. Estas rodas estão dispostas em duas fileiras adjacentes ao longo da pista. As rodas agarram-se ao fundo (ou topo) do trem entre elas, empurrando-o para diante.
Os freios
Como em qualquer trem, uma montanha-russa necessita de um sistema de freios para que os carros possam parar com precisão no final do percurso ou em caso de emergência. Neste caso, os freios não são montados no próprio trem, mas nos trilhos.
Este sistema é muito simples. Uma série de grampos são posicionados no final da pista e em alguns outros pontos de desaceleração. Quando o trem precisa parar, um computador central opera um sistema hidraulico que fecha esses grampos sobre aletas verticais posicionadas embaixo do trem, gerando fricção para desacelerá-lo gradualmente.
Na próxima seção, estudaremos as diversas sensações produzidas durante um passeio na montanha russa e por que essas sensações são tão agradáveis.